Marcas estão assumindo a estética do vilão — e a sua também pode chamar atenção com essa estratégia!


No último ano, a “vilania” deixou de ser só um papel nas telas — e virou estratégia de marca, conforme apontou um estudo da plataforma Contagious.

A Nike, na campanha nas Olimpíadas de Paris, trouxe o conceito de que "meu sonho é acabar com o deles", se afastando do tradicional tom inspirador da marca. Uma Nike mais agressiva, provocadora e quase sádica — anti-herói total.

Uma nova área temática no parque Disney World foi dedicada aos vilões, a Villains Land, legitimando a cultura do antagonismo como entretenimento de massa. A Balenciaga desfilou em Xangai com uma estética distópica, trilha techno e silhuetas sombrias.

Charli XCX, com seu estilo brat e declarações como “um maço de cigarros, um isqueiro Bic e um top branco sem sutiã”, representa o lado mais debochado, insubordinado e irresistivelmente cool da cultura pop.

Ao mesmo tempo, filmes como Wicked, Deadpool, Wednesday, Venom e Arlequina colocaram o vilão no centro da narrativa. 

Enquanto isso, nas redes sociais...


Nas redes, criadores estão chamando esse momento de “Era do Vilão” — e usando esse arquétipo para falar de limites, autocuidado, individualismo e liberdade.

Essa tendência representa a consolidação do anti-herói como linguagem dominante da cultura pop, do branding e da influência.

A figura do vilão deixou de ser o inimigo da história para se tornar espelho da complexidade humana — cheia de dilemas, posicionamentos firmes e autenticidade sombria.

Essa virada reflete uma mudança no imaginário coletivo:

➡️ Saímos da era das marcas perfeitas e felizes o tempo todo.

➡️ Entramos na era das marcas imperfeitas, corajosas, reais — que dizem o que pensam, incomodam e criam conexão por contraste.

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Como sua marca pode aproveitar essa tendência?


Você não precisa ser a Nike para ser provocador. Nem a Disney para construir um universo com narrativa. As pequenas marcas e criadores podem usar o arquétipo do vilão para se destacar com mais personalidade e presença com atitudes simples:

1. Traga profundidade para sua marca


Pense menos em perfeição e mais em humanidade. Mostre dúvidas, posicionamentos impopulares, mudanças de rota. Isso gera identificação real. No TikTok, isso está fazendo sucesso!

2. Use a estética disruptiva com propósito


Um visual mais escuro, industrial, glitch, ou com tons de ironia e provocação pode funcionar se estiver alinhado à sua proposta. Mas a dica é usar isso como símbolo de poder e autonomia — não só “porque está na moda”.

3. Reforce valores que desafiam o status quo da sua área


O “vilão” aqui é aquele que não se conforma com o óbvio. Questione práticas ultrapassadas do seu mercado, fale de tabus, defenda aquilo em que você realmente acredita.

4. Crie conteúdo que provoque (sem agredir)


Frases de efeito, comparações ousadas, perguntas desconfortáveis. Exemplo: “Nem toda marca precisa ser fofa. A sua pode ser feroz.” Use o contraste como ferramenta de narrativa.

5. Mantenha responsabilidade cultural


Ser provocador não é ser irresponsável. Toda provocação precisa ter contexto, respeito e consistência. Lembre-se: o arquétipo do vilão não é sobre maldade — é sobre liberdade de ser quem se é, com potência simbólica.

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Em resumo, em vez de heróis perfeitos, o público quer personagens reais. As marcas que mais crescem hoje são as que ousam mostrar suas sombras com coragem e consciência.

Experimente trazer mais nuances para sua comunicação, assuma posições com mais clareza e brinque com uma estética menos polida. Você não precisa agradar todo mundo — precisa atrair quem realmente se identifica com você.